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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

AMIGOS, PAIXÕES E ANJOS DE VIAGEM - CAPITULO I: O ITALIANO DE MADRID


Viajar sozinho é ótimo e te desperta uma independência e auto confiança que mudam sua vida. Entretanto, momentos de solidão são clássicos em viagens e inevitáveis quando se explora um lugar sozinho. E nestes momentos o que você mais quer é que uma pessoa cruze com você em qualquer esquina e te faça sentir acolhido e não mais o ser mais solitário do mundo. No meu caso, essas pessoas sempre aparecem - até porque me abro para estas possibilidades que, de fato, não podem ser desperdiçadas. O destino sempre foi bom comigo o suficiente para colocar em minha vida pessoas que fizeram as minhas viagens muito mais prazerosas.

CAPÍTULO I - O ITALIANO DE MADRID

Estava ansioso para a minha grande viagem sozinho! Madrid era a primeira Cidade! Quando se pisa pela primeira vez em um local você se sente perdido e não sabe por onde começar. Esta sensação é gostosa e faz parte do script. Sendo Madrid, queria conhecer a movida, a noitada! Saí por volta das onze da noite e as ruas estavam vazias! Fui ao Albergue e resolvi deitar. Quando já era uma hora da manhã começei a ouvir o barulho das pessoas saindo de casa. É...a movida começa bem tarde! Tarde mesmo! Resolvi então deixar para o outro dia.

Na noite seguinte saí do albergue depois de uma hora da manhã. As ruas estavam lotadas e tinham várias opções de lugares para entrar. Acho péssimo sentar sozinho na mesa de bar, me sinto muito mal. Teria que ir a uma boate ou coisa assim. Como estava em Chueca, queria um tipo de lugar bem específico - e lá o que não faltavam eram estes tipos de lugares. Então comecei a vagar sozinho pelas ruas. Parava em frente aos lugares, observava que tipos de pessoas entravam nos bares e boates. Entretanto, por algum motivo eu ficava travado e não conseguia entrar em nenhum. Continuei caminhando e comecei a me sentir perdido e sozinho. Pensei em voltar para o albergue e mergulhar na solidão de minha cama.

Quando virei uma das esquinas de Madrid (que parecem todas iguais) cruzei com um garoto. Ele nem havia olhado para mim - estava andando e lendo um guia da cidade. De repente ele parou, começou a olhar as placas das ruas que se cruzavam e a comparar com seu mapa - parecia perdido. Tinha 1,73m, cabelos castanhos claros, olhos bem verdes e branco como folha de papel - era um cara bonito. Por um impulso que só um homem que se sente sozinho tem, resolvi ir falar com ele. Como ele parecia perdido, senti que poderia ajudá-lo e ele a mim. Minha intuição dizia que ele era legal. Perguntei a ele se ele estava procurando algum lugar específico e se precisava de ajuda, em espanhol. Ele não entendeu. Comecei então a falar inglês. Embora ele não tivesse o melhor inglês do mundo, a gente conseguia se comunicar. Ele disse ser italiano, que ainda não sabia exatamente que lugar queria ir, e me mostrou seu guia. Era um guia com os tais lugares específicos que eu queria conhecer. Eu, com um sorriso de alívio e felicidade, disse que procurava pelos mesmos lugares e propus que procurássemos juntos. Ele topou na hora.

Então, eu e Francesco, que tinha a mesma idade que eu, começamos a passear pela madrugada em meio a uma Madrid quente e que fervilhava. Fomos juntos às portas de vários lugares e nesta procura, conversamos muito sobre nossas vidas. Foi a parte mais legal. Me senti no filme Antes do Amanhecer, porém em Madrid. Decidimos entrar num bar e tomar uns drinks. Depois, já alegres, fomos a uma boate. Não imaginava que poderia acontecer outro tipo de interação, mas aconteceu. E foi muito bom. Quando saímos da boate resolvemos nos ver no dia seguinte em frente a estação do metro de Chueca, às onze da manhã.

Quando cheguei às onze da manhã em ponto na praça de Chueca, me deu um medo de ele não aparecer. Eu sabia que isso poderia acontecer. E eu estava, acima de tudo, viajando sozinho e teria que explorar a cidade de um jeito ou de outro. Às onze e dez ele ainda não havia aparecido. Quando já decidido a ir embora, vejo que ele tinha finalmente chegado! Que bom!

Exploramos a cidade juntos, ele me apresentou a um restaurante ótimo e barato para almoço. Tivemos momentos de muita cumplicidade juntos. Eu descobri que ele fazia aniversário naquele mesmo dia - mas nada pude fazer, porque ele não comemorava aniversário...coisas de cultura familiar. Ele não se importava com isso. Mas mesmo assim resolvi levar ele para jantar no mesmo restaurante do almoço. Foi um jantar a luz de velas, com direito a brinde com espumante. Foi uma sensacional troca cultural e uma sintonia que nem eu acreditava estar vivendo, ainda mais do outro lado do oceano.

Enfim, fiquei quatro dias em Madrid. Dois deles preenchidos maravilhosamente bem por Francesco Ovoli. Nossa ligação tinha sido tão forte que eu até pensei em mudar todo o roteiro da viagem e ir para Roma, para encontrá-lo. Mas percebi que ele, o Francesco, era apenas o primeiro capítulo de uma longa história de viagem que estava por vir. Afinal de contas ainda faltavam 6 cidades - e muita coisa aconteceria. Nós trocamos contatos e nos despedimos num entardecer de 32 graus da capital espanhola. Me deu uma pequena tristeza pois tinha certeza que aquela noite não seria a mesma sem ele. Acima de tudo, ficamos grandes amigos. Sinto até hoje saudade daquele inglês cantado que só os italianos têm. Ainda mantemos contato e pretendemos nos ver brevemente, seja no Rio de Janeiro, seja em Roma ou em qualquer outro lugar do globo.

O Francesco foi um anjo que caiu do céu, doce e tímido, e que me proporcionou momentos incríveis. Ele fez de Madrid uma cidade muito mais divertida e me acolheu melhor do que qualquer madrileño! Nada melhor do que cruzar com alguém na esquina quando você menos espera e esta pessoa muda o rumo das coisas, te dá carinho, amizade e te salva da solidão.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

EXAGERO NÃO FAZ MAL A SAÚDE - TRAZ AMOR.


Me chamam de exagerado. Já disseram que sou dramático. Já me alertaram que faço tempestade em copo d'água. Também já me rotularam de "o mais intenso". Me falam que sou ciumento e que me apaixono muito rápido. Minha mãe fala que sou ansioso demais e que gosto de sofrer. Meus amigos dizem que não precisa de tanto. Dizem que sou muito safado, que beijo muito, que faço muito bem, que sou muito louco.

Não seria tudo a mesma coisa? Sou movido pelo muito. Nunca funcionei com pouco. Eu chamaria isso de excesso de amor. De repente excesso de amor a vida. Acho que quero tanto viver e gosto tanto disso, que sempre busco fazer tudo em grande escala. E meu medo de que seja tarde demais me estimula querer sempre grandes doses de tudo. Não quero morrer e depois perceber que faltou alguma coisa.

Nós, os possuidores de excesso de amor, também sofremos muito - mais do que todo mundo. Nem sempre as pessoas estão preparadas para tanto e por isso acabamos desperdiçando amor em coisas que não valem a pena. E nós, sinceramente, odiamos desperdício, principalmente de amor. Isto causa dor e nos esvazia. Este espaço vazio se enche de tristeza, de muita melancolia. Mas é um preço que pagamos. Ainda assim acho que vale a pena.

Possuidores de excesso de amor contagiam e se estão no auge da felicidade conseguem levar multidões. E quando mergulhados em tristeza, são salvos pelas pessoas contagiadas pelo amor de outras épocas, que eles mesmo cultivaram, sempre com muito esmero, é claro. Tenho orgulho de todos os meus muitos. Se alguém ficar incomodado, pode falar. Porque também tenho muita paciência para escutar quem não gosta.

O SOL VAI APARECER...QUANDO?


Sinto o suor no meu corpo escorrer.
Meu olhos esquentam como chapa de fritura
e ficam vermelhos cor de explosão.
Minhas bochechas ficam rosadas pelo mormaço
e a ardencia do corpo é nítida e dolorosa.

Como faz calor dentro de mim!
Meu corpo fervilha.
São sinais evidentes de sol.
E todos irão concordar.

Mas tudo me parece uma impressão.
Sinto todos os sinais de que o sol está presente.
Mas não consigo sequer ver um raio.
Tenho todos os sintomas de alguém iluminado pela força do astro.
Mas não consigo ver.

Quando de fato vou poder observar o sol brilhando para mim?
O sol brilha para todos, dizem.
Mas cadê minha parcela de luz?
Não quero apenas sentir, quero ver. Quero provas reais!

A DERIVA


Me sinto como um passáro preso em um cativeiro, que tem vontade de voar e não consegue. Sinto que sou apto a voar e sei que tenho recursos para isso. Mas algo me impede de planar, algo me impede de ir alto. Não é algo que esteja sob meu controle. E isso que me angustia - não ter controle sobre certas coisas.

Não consigo manter tudo no meu tempo. Tenho que depender do meio e das pessoas para dar um rumo em minha vida. Que desespero que dá não poder controlar tudo - ao menos o tempo em que as coisas devem acontecer. Porque não pode acontecer agora? Porque tenho que esperar? Esperar o que? Para que? Não tem resposta para isso.

E eu fico como um barco a deriva, esperando uma brisa que me leve a um rumo que nem mesmo eu sei qual será. O barco a deriva, o pássaro do cativeiro, um balão sem vento e eu sentado na cama - todos esperando o momento certo, esperando um acontecimento que finalmente possa nos levar ao movimento, que possa nos tirar desta inércia.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

BIOGRAFIA: MARINA SILVA - DOMINGO VOTEM 43!


Marina Silva nasceu em uma "colocação" (casas de seringueiros, geralmente construídas sobre palafitas) chamada Breu Velho, no seringal Bagaço, a 70 km do centro de Rio Branco, capital do estado do Acre. Seus pais, Pedro Augusto e Maria Augusta da Silva, tiveram onze filhos, dos quais oito sobreviveram.

Aos quinze anos, ela foi levada para a capital, com uma hepatite confundida com malária. Teve a proteção do então bispo do Acre, Dom Moacyr Grechi, que a acolheu na casa das irmãs Servas de Maria. Analfabeta, Marina foi matriculada no Mobral, projeto de alfabetização do regime militar. Seu primeiro trabalho foi de empregada doméstica.

Marina Silva é casada com o técnico agrícola Fábio Vaz de Lima e tem quatro filhos.

Em 1981 entrou na Universidade Federal do Acre, onde formou-se em História. Se abrigava no Partido dos Trabalhadores, sob o comando do deputado José Genoíno.

Foi professora na rede de ensino de segundo grau e engajou-se no movimento sindical. Foi companheira de luta de Chico Mendes e com ele fundou a Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Acre em 1985, da qual foi vice-coordenadora até 1986. Nesse ano, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT) e candidatou-se a deputada federal, porém não foi eleita.

Em 1988, foi a vereadora mais votada do município de Rio Branco, conquistando a única vaga da esquerda na câmara municipal. Como vereadora, causou polêmica por combater os privilégios dos vereadores e devolver benefícios financeiros que os demais vereadores também recebiam. Com isso passou a ter muitos adversários políticos, mas a admiração popular também cresceu.

Exerceu seu mandato de vereadora até 1990. Nesse ano candidatou-se a deputada estadual e obteve novamente a maior votação. Logo no primeiro ano do novo mandato descobriu-se doente: havia sido contaminada por metais pesados quando ainda vivia no seringal.

Em 1994 foi eleita senadora da República, pelo estado do Acre, com a maior votação, enfrentando uma tradição de vitória exclusiva de ex-governadores e grandes empresários do estado. Foi Secretária Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Partido dos Trabalhadores, de 1995 a 1997. Pode-se dizer que se tornou uma das principais vozes da Amazônia, tendo sido responsável por vários projetos, entre eles o de regulamentação do acesso aos recursos da biodiversidade.

Em 2003, com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República, foi nomeada ministra do Meio Ambiente. Desde então, enfrentou conflitos constantes com outros ministros do governo, quando os interesses econômicos se contrapunham aos objetivos de preservação ambiental. Marina afirmou que desde a reeleição do presidente Lula, no fim de 2006, alguns projetos importantes de sua gestão, como a criação de áreas protegidas na floresta amazônica, haviam sido praticamente paralisados. Durante o primeiro governo Lula (2003-2006), foram delimitados 24 milhões de hectares verdes , contra apenas 300 mil hectares em 2007.

Em dezembro de 2006, enfraquecida por uma disputa com a Casa Civil, que a acusava de atrasar licenças ambientais para a realização de obras de infra-estrutura, a ministra avisara que não estaria disposta a flexibilizar a gestão da pasta para permanecer no governo.

Ultimamente agravaram-se as divergências com a ministra Dilma Rousseff da Casa Civil pela demora da liberação das licenças ambientais pelo Ibama para as obras no rio Madeira, em Rondônia. Essa demora e o rigor na liberação das licenças foram considerados como um bloqueio ao crescimento econômico.

Marina Silva também denunciou pressões dos governadores de Mato Grosso, Blairo Maggi, e de Rondônia, Ivo Cassol, para rever as medidas de combate ao desmatamento na Amazônia

Em 13 de maio de 2008, cinco dias após o lançamento do Plano Amazônia Sustentável (PAS), cuja administração foi atribuída a Roberto Mangabeira Unger, Marina Silva entregou sua carta de demissão[10] ao Presidente da República, em razão da falta de sustentação à política ambiental, e voltou ao exercício do seu mandato no Senado.

No dia 19 de agosto de 2009, Marina Silva anunciou sua desfiliação do Partido dos Trabalhadores (PT). Marina disse que a decisão foi sofrida e a comparou com o fato de ter deixado a casa dos pais há 35 anos num seringal rumo a uma cidade grande. "Não se trata mais de fazer embate dentro de um partido em que eu estava há cerca de 30 anos, mas o embate em favor do desenvolvimento sustentável."

Em 11 de junho de 2010, anunciou oficialmente sua candidatura à Presidência da República, em uma convenção do Partido Verde na qual afirmou pretender ser a primeira mulher, negra e de origem pobre a governar o Brasil.

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- Em 1996 recebeu o Prêmio Goldman do Meio Ambiente pela América Latina e Caribe, nos Estados Unidos.

- Em 2007, por meio da Medida Provisoria 366, a ministra Marina Silva desmembrou o Ibama e repassou a gestão das unidades de conservação da natureza federais para o Instituto Chico Mendes.

- Também em 2007, recebeu o maior prêmio das Organização das Nações Unidas (ONU) na área ambiental - o Champions of the Earth (Campeões da Terra) - concedido a seis outras personalidades: o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore; o príncipe Hassan Bin Talal, da Jordânia; Jacques Rogge, do Comitê Olímpico Internacional (COI); Cherif Rahmani, da Argélia; Elisea "Bebet" Gillera Gozun, das Filipinas, e Viveka Bohn, da Suécia.

- Em 1 de abril de 2009, ganhou o prêmio norueguês Sofia, de 100 mil dólares, por sua luta em defesa da floresta amazônica. "Ela reduziu o desmatamento na Amazônia para níveis historicamente baixos - 59 por cento, de 2004 a 2007", informou a fundação. Áreas enormes foram conservadas, mais de 700 pessoas foram presas por atividades ilegais na floresta, mais de 1.500 empresas foram fechadas, e equipamentos, propriedades e madeira ilegal foram apreendidos. Ela também se preocupou com as populações indígenas". Durante os três anos de Marina Silva no governo, o desmatamento foi reduzido para o segundo nível mais baixo em 20 anos, de acordo com a Fundação.

- Em 10 de outubro de 2009, recebeu o prêmio Mudanças Climáticas, oferecido pela Fundação Príncipe Albert II de Mônaco.

- Foi considerada pela Revista Época um dos 100 brasileiros mais influentes do ano de 2009.

- Foi considerada um dos 100 maiores protagonistas do ano de 2009 pelo jornal espanhol El País.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

OS GRANDES TAMBÉM AMAM - DE NAPOLEÃO PARA JOSEPHINE


OS GRANDES TAMBÉM AMAM. EXEMPLO DISSO ESTÁ AÍ EMBAIXO. UMA CARTA DE NAPOLEÃO PARA SUA ESPOSA JOSEPHINE. ELE COBRA AMOR, RECLAMA DE FALTA DE CARINHO E FAZ UM DRAMA SÓ! LOGO ELE, UM IMPERADOR PODEROSO E EGOCÊNTRICO.

EMOCIONEM-SE:


"Não passo um dia sem te desejar, nem uma noite sem te apertar, nos meus braços; não tomo uma chávena de chá sem amaldiçoar a glória e a ambição que me mantêm afastado da vida da minha vida.



No meio das mais sérias tarefas, enquanto percorro o campo à frente das tropas, só a minha adorada Josefina me ocupa o espírito e coração, absorvendo-o por completo o pensamento. Se me afasto de ti com a rapidez da torrente de Ródano, é para tornar a ver-te o mais cedo possível. Se me levanto a meio da noite para trabalhar, é no intuito de abreviar a tua vinda, minha amada.



E no entanto, na tua carta de 23, tratas-me na terceira pessoa, por Senhor! Que mazinha!



Como pudeste escrever-me uma carta tão fria? E depois, entre 23 e 26 medeiam quase quatro dias: que andaste tu a fazer, porque não escreveste a teu marido?...



Ah, minha amiga, aquele tratamento do “senhor” e os quatro dias de silêncio levam-me a recordar com saudade a minha antiga indiferença. (…) Isto é pior que todos os suplícios do Inferno. Se logo deixaste de me tratar por tu, que será então dentro de quinze dias?! Sinto uma profunda tristeza, e assusta-me verificar a que ponto está rendido o meu coração. Já me queres menos, um dia deixarás de me querer completamente; mas avisa-me, então. Saberei merecer a felicidade…Adeus, mulher, tormento, felicidade, esperança da minha vida, que eu amo, que eu temo, que me inspira os sentimentos mais ternos e naturais, tanto como me provoca os ímpetos mais vulcânicos do que o trovão. Não te peço amor eterno nem fidelidade, apenas a verdade e uma franqueza sem limites.



No dia em que disseres: “Quero-te menos”, será o último dia do amor. Se o meu coração atingisse a baixeza de poder continuar a amar sem ser amado, trincá-lo-ia com os dentes.Josefina: lembra-te do que te disse algumas vezes: a natureza faz-me a alma forte e decidida. A ti, fez-te de rendas e de tule? Deixaste ou não de me querer? Perdão, amor da minha vida.



A minha alma está neste momento dividida em várias direções e combinações, e o coração, só em ti ocupado, enche-se de receios…



Enfada-me não te chamar pelo teu nome, mas espero que sejas tu a escrevê-lo. Adeus. Ah, se me amas menos, é porque nunca me amaste.



Tornar-me-ias então digno de lástima.



Napoleão



P.S. – A guerra este ano está irreconhecível. Mandei distribuir carne, pão, e forragens à minha cavalaria prestes a pôr-se em marcha. Os soldados patenteiam-me tal confiança que não tenho palavras para descrever-te. Só tu me causas desgostos.



Só tu, alegria e tormento da minha vida. Um beijo aos teus filhos, de quem não me dás notícias. Ai, não! – levar-te-ia a escrever o dobro, e as visitas das dez da manhã não teriam o prazer de ter ver. Mulher!!! "

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

BONS ARES DO INTERIOR DA TERRA DA GAROA


Quando entregue ao santuário dos maiores solitários de um feriado qualquer, surge um sinal que despertava interesse. Sinal este que significava que alguém se abria, dando chance a um diálogo de qualquer natureza.
Não muito convencido de que algo produtivo pudesse acontecer, apenas deixei uma saudação. Mas a resposta me dizia que ao menos um lance concreto era possível. Depois de minutos, os telefones foram trocados e o que se resumia em tecladas evoluiu para uma conversa mais real. Um horário foi marcado para que pudéssemos nos falar novamente e por fim nos encontrar.
Na hora combinada o telefone não tocou. Ao, já mais uma vez desiludido, fui deitar-me, o sinal de menssagem tocou. Era uma desculpa verdadeira que explicava a impossibilidade de um encontro para tão tarde. Deixamos para o dia seguinte.
Na tarde do próximo dia nos falamos, para a minha surpresa. Finalmente nos encontraríamos. Ao vê-lo pela primeira vez algo dentro de mim fervilhou. Não sabia se era nervosismo, interesse, vontade, desejo, ou tudo isso junto. No decorrer do curto papo que tivemos, encontramos muitas similaridades. A conversa aconteceu de forma descontraída, engraçada e despretenciosa.
Já na porta de onde estava situado, fui convidado a subir. E, sem pensar, disse sim. Se foi tão espontâneo de minha parte, não poderia negar-me a minha intuição a ponto de desistir e voltar atrás. Chegando lá, senti uma brisa boa vinda do interior da terra da garoa me chamando para uma viagem ao mundo da química perfeita, do toque, das palavras desejadas e dos segundos interminavelmente prazerosos.
Naquele momento tinha certeza que realmente algo diferente estava próximo de acontecer. Com muita vontade de continuar, tivemos que parar para que as vidas individuais pudessem, obrigatoriamente, continuar. E o que faltava dele para eu caísse de vez na rede era que um esforço fosse feito para me valorizar.
E dois dias depois isso aconteceu. Caí na rede. Fui pescado. Fisgado. Caçado. Exclusivamente por mim, a brisa paulistana voltaria a cidade maravilhosa para vinte e quatro horas de paixão. E foi o que aconteceu.
Comecei então a sonhar. Como foi bom. Um encontro sem pretenções embora comentários irônicos fossem feitos sobre planos para um futuro próximo. E era isso que eu queria ouvir. Aliás, enquanto sonhava recebi tudo o que queria: carinho, atenção, ouvidos, boca, olhos, paixão, palavras e um desbravamento completo de meu corpo. Tive que acordar. Não teve jeito. Mas recebi a palavra de que daqui a nove dias voltaria a sonhar. Não resisti e expressei felicidade. Fui correspondido e isso já era suficiente.
Quero voltar a sonhar logo. Sonhar de olhos abertos. Faltam nove dias para uma nova página desta história sem futuro previsível ser escrita.

domingo, 12 de setembro de 2010

O PAPEL ACABOU! E AGORA?

Pois é! Quem já não esteve em uma situação como ilustra a foto acima? E no momento em que acontece você certamente se revolta com a pessoa que usou o banheiro anteriormente e não repôs o papel higiênico ou ao menos não avisou que tinha acabado. É simples entender o que acontece. As pessoas pouco estão ligando para o próximo e estão tomadas por uma individualidade traiçoeira.
Este individualismo é traiçoeiro porque se você comete algum ato que prejudica alguém ou deixa de fazer algo que pode ajudar outros, você seguramente será alvo das mesmas ações que praticou, não importa o tempo que leve para acontecer.
Tentemos olhar mais para o lado e observar. Talvez tenha alguém precisando de você. Talvez você possa fazer a diferença. E quem sabe não ser beneficiado por um ato de cidadania ou até mesmo de solidariedade?! Já olhamos demais para os nossos próprios umbigos. Vamos dividir as nossas atenções com outras pessoas.
Então, ao usar o banheiro, se o papel acabar, coloque um novo rolo ou avise que não possuem mais rolos. Pode parecer pouco, mas são esses pequenos atos que iniciam uma grande revolução em sua vida.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

"A PERFEIÇÃO" SEGUNDO GOOGLE IMAGENS

Hoje entrei no google imagens e digitei "A PERFEIÇÃO" para saber qual seria a primeira imagem que apareceria para mim. Poderia ser qualquer coisa, como uma paisagem maravilhosa, o homem vitruviano de Da Vinci, a Mona Lisa, uma marca de roupa.....qualquer coisa mesmo. Nos segundos que precederam o resultado, fiquei ancioso para saber qual seria o primeiro referencial de perfeição para Mr. Google.

E o resultado foi a foto aí de baixo!

Halle Berry e seu namorado Gabriel Aubry...
Aí pensei, talvez seja exagero achar que esse seja o primeiro referencial de perfeição que existe né, Mr. Google???
Pensando bem, tem um fundo de verdade nesta história: Um casal incrivelmente lindo, rico, bem sucedido e "aparentemente feliz".

E, como para quase todos no mundo a perfeição é ser lindo, ter alguém lindo e que te ame ao lado, ser rico, bem sucedido e feliz com tudo isso, chego a conclusão que o Mr. Google estava certo. Afinal de contas Mr. Google sempre nos dá os resultados que queremos de verdade - como se adivinhasse nossos pensamentos e desejos mais íntimos.

domingo, 5 de setembro de 2010

INFERNO ASTRAL - POR MIM



Ao acordar percebo que o sol não brilha como de costume, não me aquece como normalmente faz e não me empolga como sempre acontece. Sinto que meus planetas começam a se deslocar das órbitas da normalidade e entram em uma área de instabilidade.

A partir de então, tudo parece dar errado. O otimismo se perde em um espaço vago e sem gravidade. Meu bom humor fica mais distante, longe de onde deveria estar, rumo a um buraco negro.

Corpos estranhos, asteróides, cometas de má sorte e chuvas nebulosas atravessam meu caminho deixando tudo mais difícil e quase impossível de digerir. Também sinto como se estivesse perdido em um espaço sideral que não é o meu - e muitas catástrofes estão prestes a acontecer. E de repente, uma nuvem negra toma conta de toda a região, dando o preciso indício de tempestade. Ventos frios vindos não sei da onde chegam e levam toda a tranquilidade e paz embora. A cabeça está prestes a explodir.

Quando a tempestade chega, faz um estrago tremendo. Muitas áreas estão devastadas e, um princípio de melancolia e tristeza insistem em comparecer. Quando já no fim da tarde penso que tudo vai melhorar, a lua chega ao meu céu estranha, com cor de prata barata, sem a menor graça. E o céu não está mais estrelado como antes. Apagaram as estrelas lá de cima. As nuvens de instabilidade continuam nesta noite sombria e macabra e fazem do céu um lugar avermelhado e incomum.

Quando tudo voltará a ficar como antes? Quando os planetas se realinharão e todo o pesadelo irá acabar? Peço com vontade para que um novo tempo chegue logo. E que o sol de um novo dia volte a brilhar forte, iluminado e com cheiro de esperança.

Filipe Eloy

sábado, 4 de setembro de 2010

SOFRER É PAGAR POR ERROS COMETIDOS


Quando acontece algo de ruim comigo, algo inesperado e que me machuca, costumo me lamentar e achar que não merecia tal desgraça. Isso vale para decepções amorosas, profissionais e familiares. Mergulho num mar de melancolia, angústia e um mau humor insuportável. Tento sempre me colocar no papel de vítima e me convencer ser uma injustiça dos céus passar por aquilo. Mas aí, já no fundo da fossa, começo a chegar a conclusões que na hora me parecem surpreendentes.
Como todo ser que raciocina, e neste grupo incluo inclusive animais de outras espécies que não a nossa, cometemos erros. Erros que podem ter graus, níveis e conseqüências de tamanhos variados. Mas fato é que todos estamos suscetíveis às chamadas mancadas. Querendo ou não, sempre acabamos com a festa de alguém. Sempre, involuntariamente ou não, prejudicamos o outro no passar de nossas vidas. E quem fala mal do outro, age de má fé, caçoa de colegas, negligencia um necessitado e por aí vai, está incluído no grupo dos "erradores" (a palavra não existe - tive que inventar porque não aparecia outra mais adequada).
Então, esta linha de raciocínio me invade a mente nos momentos de tristeza extrema. Sou uma pessoa que erra, e erro feio. Como todos, faço coisas das quais não tenho orgulho. Naturalmente, faço besteiras. E como todo mundo aprende desde pequeno, um dia pagamos pelas besteiras que cometemos.
Boa parte das minhas maiores tristezas e decepções nada mais são que as respostas às merdas que eu faço. Por isso, tenho que parar de me vitimizar porque é certo que na maioria das vezes tenho motivos por estar passando por aquela tormenta. É fácil explicar: Se você sofre de amor agora, é só parar para pensar se alguma vez na sua vida você fez alguém sofrer por amor. Provavelmente sim!
A solução é levantar, parar de se lamentar e pensar bem antes de cometer erros que, lá na frente, possam voltar para você de um jeito que você não vai gostar.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

CONEXÕES URBANAS DE UMA QUINTA-FEIRA



BOM DIA = SOL

SOL = PRAIA

PRAIA = DIVERSÃO

DIVERSÃO = CAIPIVODCA

CAIPIVODCA = EMPOLGAÇÃO

EMPOLGAÇÃO = BAR

BAR = MOJITOS

MOJITOS = BÊBADO

BÊBADO = CASA

CASA = DESCANSO

DESCANSO = FOME

FOME = JANTAR

JANTAR = ENERGIAS REPOSTAS

ENERGIAS REPOSTAS = NOITADA

NOITADA = GALERIA CAFÉ

GALERIA CAFÉ = ENTRE ELES

ENTRE ELES = ELE

ELE = BOM PAPO

BOM PAPO = BEIJO BOM

BEIJO BOM = BOM HOMEM

BOM HOMEM = LUGAR + CALMO

LUGAR + CALMO = CARRO

CARRO = MAIS PAPO

MAIS PAPO = MAIS BEIJO

MAIS BEIJO = INTERESSE

INTERESSE = TELEFONE TROCADO

TELEFONE TROCADO = MENSAGEM NO DIA SEGUNITE

MENSAGEM NO DIA SEGUINTE = TE QUERO

TE QUERO = NÃO POSSO

NÃO POSSO = TENHO ALGUÉM

TENHO ALGUÉM = DECEPÇÃO

DECEPÇÃO = PÉSSIMO DIA


E é assim que, o que você pensava que daria certo, dá errado.

Filipe Eloy

terça-feira, 31 de agosto de 2010

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O BOM DO CELULAR PERDIDO


Perdi meu celular neste útlmio fim de semana. Como acontece com todos, fiquei extremamente revoltado e triste. Embora gostasse do aparelho, não fiquei tão chateado por perdê-lo. O mais importante naquele momento eram a minha lista de contato e as fotos de pessoas queridas que guardava no aparelho. Sem contar também que me senti ilhado, sem conseguir manter contato com ninguém.
Já em casa, começo a pensar no ocorrido. Pois bem, perder o aparelho nem é de todo mal. Afinal de contas já estava na hora de trocar. Tampouco perder o chip, pois posso resgatar o mesmo número. Com relação às fotos, consigo recuperá-las com familia e amigos.
Então o que sobrou e que me deixaria mais inconsolável? "A lista de contatos"! Eram dezenas de números de dezenas de pessoas do mundo inteiro. É realmente algo para se lamentar. Foi então quando parei para pensar nos números de todos os caras que conheci nas noitadas, de todos os caras que prometeram ligar mas não ligaram, de todos que por várias vezes pensei em ligar, daqueles que com apenas uma ligação teria uma companhia ao meu lado e de todos que talvez pudessem dar uma boa história mas não deu. Pensei em todas as histórias e rolos que se perderam com a queda do celular do meu bolso.
Confesso que a partir desse raciocínio um sentimento de alívio tomou conta de mim. Era a chance que eu tinha para começar algo novo. De repente uma nova rede de possibilidades poderia se formar. De certo modo foi bom perder o celular e com isso, finalmente, exorcizar todos os fantasmas de minha história recente. Não terei mais dúvida em querer ligar ou não para aquele cara que nitidamente não está nem aí para mim. Ou nem mesmo ligar para gente desinteressante só para dar uma saída. As pessoas importantes me ligarão e logo voltarão a minha agenda. Mas os fantasmas.....esses não fazem mais parte. Eles se perderam no horizonte e por fim, me deixaram em paz.
Perder o celular é bom para quem quer começar um novo ciclo, cheio de novas esperanças.

Filipe Eloy

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

NA GALERIA - NA SEXTA - NA NOITE


A gente se conhece por troca de olhares. Não são olhares de paixão, mas sim de tesão. Decido ir. Afinal de contas sou homem, logo, naturalmente possuído por explosões de hormônios. E porque não dar a sorte de encontrar algo que valha a pena?

Estamos juntos, trocamos vários tipos de contatos físicos, até eu perceber que estamos em vibes diferentes. Eu realmente estou afim de encontrar alguém legal. Totalmente diferente do interesse inteiramente sexual da outra parte que, visivelmente, está alterado pelo álcool. Não entendo o porque mas decido ficar e curtir. Levamos um papo engraçado e cheio de intimidades para quem acaba de se conhecer.

Quando sou convidado a ir para sua casa, caio na real de que não era assim que eu queria que as coisas acontecessem e decido ser grosso. Digo que qualquer um poderia fazer o que ele buscava. Eu não, não de primeira! Acho melhor deixar um mistério no ar. Recebo um "ok" e, por isso, decido sair e ficar com meus amigos. Mas antes recebo seu telefone. Se me deu o número é porque quer que eu ligue.

Ao longo da noite o vejo em tentativas de encontrar alguém para o que ele buscava. Beijos seguidos de toques indecentes em diferentes cantos do lugar. Tudo isso me fez crer que fiz certo em não prolongar o caso.

No dia seguinte, por impulso, decido enviar uma mensagem. Apenas afirmo como seu comportamento na festa foi regado a safadeza. Recebo pronta resposta, um pouco convencida, de que mesmo assim eu estava mantendo contato. Soltei, mais uma vez por impulso, que se envei é porque gostei. Porque fiz isso????

Fico sem resposta durante um dia. No seguinte, recebo a proposta para nós nos encontrarmos. Aceito. Marcamos um dia, local e horário. Mas, poucas horas antes do encontro decido fazer uma pergunta via mensagem: "Qual o meu nome?" Depois de algum tempo, recebo justificativas de que a memória é fraca e a bebida acentua este defeito. Mas que se eu quisesse poderíamos deixar que o destino nos cruzasse novamente outro dia, no futuro (porque certamente esperava que eu fosse dizer algo como: "peraí, vamos nos ver sim"). Mas eu, convicto, disse: "ok, nos vemos por aí". Como vou sair com alguém que esqueceu o meu nome?

Depois do meu "ok", sou bombardeado por mensagens de uma pessoa com orgulho ferido. Disse que lembrava do meu corpo, pele e rosto; que achava que eu era um cara legal. Tudo bobeira! Apenas ficou com raiva de ter sido rejeitado.
Não sei se fui radical mas criei coragem para dizer "não" para alguém que eu normalmente diria "sim" independente de lembrar do meu nome ou não. Estou agregando valores em mim. E disso eu não me arrependo.

Antes só do que....todo mundo sabe o resto!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

PONTOS DE VISTA FOTOGRÁFICOS - PARTE II: GATO



PONTOS DE VISTA FOTOGRÁFICOS - PARTE I: TANQUE



NADA VALE QUANDO NÃO SE TEM ALGUÉM


Quando você estabelece um objetivo profissional para a sua vida e realmente está disposto a alcançá-lo, você acha que pode ser independente a ponto de conquistar tudo o que quer. Muito bom! Você pode conseguir isso. Cada degrau rumo ao sucesso é um momento de felicidade imenso, onde você se felicita e se congratula por ter conseguido avançar mais uma etapa. E estas etapas vão passando, você vai achando que está chegando perto do nirvana mas....quanto mais obstáculos você passa, mais você sente falta de alguma coisa. E você começa a perceber que tudo aquilo que conquistou não tem valido mais tanto quanto antes. Não precisa se fazer muitas perguntas para saber o porque. Qualquer um se curva diante da falta de amor, de um amor, e alguém ao seu lado. Ninguém, ninguém mesmo, consegue ficar sozinho. Ter sucesso profissional e não ter ninguém ao lado para compartilhar é uma desgraça! Por mais ambicioso que seja, peço todos os dias amor....muito mais do que qualquer satisfação material. Não quero viver sozinho. Apesar de estar ridiculamente dificil encontrar. Digo ridiculo porque temos 6 bilhoes de pessoas neste mundo e encontrar a sintonia é quase como encontrar um diamante na praia. Gosto, mas não gostam de mim. Gostam de mim, mas eu não gosto. Gostam menos do que eu gosto. Gostam mais do que eu gosto. E essa falta de equilíbrio desanima com o passar do tempo. E as energias se voltam para outros objetivos, como o profissional, que citei acima. Mas não deixo de pedir, de sonhar, de esperar, procurar, vasculhar, tentar, experimentar, testar, sofrer, mergulhar, iludir, desiludir, apaixonar....não deixo de tentar. Porque melhor do que o sucesso profissional, é um amor recíproco, um outro alguém ao seu lado na cama, alguém para dizer docemente, livre de impedimentos e desprendido de qualquer timidez: Eu te amo. E isso eu desejo cada segundo de todos os dias da minha ainda curta vida.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

DEU BRANCO


Branco é paz.
Branco é tipo de tigre.
Branco é jogador de futebol.
Branco é cor de pele,
eu não sou branco.
Branco é masculino de branca
e Branca é nome de gente.

Branco é básico e combina.
Branco no molhado transparece.
Branco na noiva é pureza.
Branco no céu é sinal de chuva.
Branco no cabelo é velhice, na roupa é limpeza,
e no rosto é palidez ou susto.

Branco no papel é sinal de mente vazia.
E mente vazia é mente que dá branco.
E o meu branco é agora.
Por isso estou aqui.

Filipe Eloy

sábado, 14 de agosto de 2010

SOU UMA PESSOA MÁ - BOA.


Posso ser muito bom, caridoso e verdadeiro. Como também posso ser muito ruim, egoísta e falso. É falso quem diz que não é falso. Me vejo bom mas, sou uma pessoa muito má quando assim necessário. E todo mundo é assim. Só que poucos tem coragem de assumir. Aliás, muitos poucos tem coragem de assumir como são e como se sentem, e em várias situações. Eu não!
Sou um ser cheio de contradições e sentimentos confusos. Assim como todos. Eu minto, eu erro, sou falso, mau, impiedoso e vingativo. Esses sentimentos estão dentro de todos mas cabe aos outros estimularem. Só serei uma pessoa ruim quando me sentir atissado pelos outros a ser assim. E repito, isso acontece com todo mundo.
Em algumas pessoas esses sentimentos as desviam para o caminho da má índole. Comigo, não! Posso me assumir desse jeito e mesmo assim minha índole e meu caráter continuarem intactos. Apenas me mostro como uma pessoa sensível e suscetível a todos os sentimentos que podem consumir o ser humano.
Ninguém é cem por cento verdadeiro, bom e angelical. Todos temos o lado negro do negócio; do negócio que chamamos vida. A convivência nessa selva chamada sociedade que nos faz sermos assim, ambíguos. Tudo é uma questão de sobrevivência.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

SEM PALAVRAS - SEM FÔLEGO


PARA APRECIADORES DA BELEZA FEMININA VAI UMA DICA:


SENSUALIDADE

ARTE

BELEZA

SAFADEZA

PERFEIÇÃO

BOM GOSTO

SEXY

INCRÍVEL...


VEJAM ESTA REVISTA. ELA NÃO TEM NADA DE MAIS E MESMO ASSIM TEM TUDO DE MAIS. É A SIMETRIA PERFEITA DO CORPO FEMININO.


É CLÉO PIRES. SIMPLESMENTE CLÉO.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

VANTAGENS E DESVANTAGENS DE SER TÃO FREAK:


VANTAGENS:


1 - SER BIZARRO.

2 - ENTRAR PARA O GUINESS BOOK


DESVANTAGENS:


1 - SE TORNAR UM MONSTRO

2 - NUNCA PODER TRANSAR COM NINGUÉM (ELE TEM MAIS DE 6000 PIERCINGS)

3 - NUNCA BEIJAR NA BOCA

4 - NINGUÉM O RECONHECERÁ EM SUA IDENTIDADE

5 - SER TACHADO DE LOUCO

6 - NÃO CONSEGUIR OUTRO EMPREGO QUE NÃO SEJA NO CIRCO

7 - ESTAR COMPLETAMENTE ÀS MARGENS DA SOCIEDADE

8 - ASSUSTAR CRIANÇAS

9 - ASSUSTAR ADULTOS

10 - COMER COM DIFICULDADE

11 - TER DIFICULDADE PARA TOMAR BANHO

12 - SE OCORRER ARREPENDIMENTO, SERÁ TARDE DEMAIS - FICARÁ ESBURACADO

13 - DIFICULDADE PARA SE SOCIALIZAR

14 - VIVER DEPENDENDO DA TROCA, LIMPEZA E MANUTENÇÃO DE 6 MIL METAIS QUE MUTILAM SEU CORPO.


CHEGO A SEGUINTE CONCLUSÃO: PORQUE SER TÃO BIZARRO? O QUE PASSA NA CABEÇA DE ALGUÉM QUE FAZ ISSO? DE ONDE SURGE TAMANHA VONTADE DE SER O MAIS FREAK POSSÍVEL?


Foto: Globo.com / 09 de Agosto de 2010

COMO LIDAR COM CLIENTES DE UM HOTEL 5 ESTRELAS? - PARTE I (Por Filipe Eloy)


Lição n°1 - Nunca olhe seu cliente de baixo para cima. Olhe no mesmo nível, deixe sempre a cabeça erguida. Olhando-o assim ele perceberá que você não está abaixo dele.

Lição n°2 - Fale com seu cliente olhando nos olhos. Se você olha para baixo ou desvia o olhar quando fala, o cliente pode achar que você não é confiável. Não fique com medo de olhar fixamente para ele pois você não está desafiando-o mas sim lhe dando a certeza e convicção do que está falando.

Lição n°3 - Nunca ache que seu cliente é mais que você. Não pense que, por ele ter posição X na sociedade ou ter Y na conta bancária, está acima de você. Este é um complemento da lição 1. Devemos estar no mesmo patamar, sempre! Clientes que vêem em você uma fraqueza, podem não confiar no que você fala. Clientes ruins comerão você no café da manhã. Se você está oferecendo um serviço 5 estrelas já o qualifica como um deles.

Lição n°4 - Não se impressione caso seu cliente queira ostentar sua fortuna. Alguns ricos adoram fazer isso. Aliás, falsos ricos e novos ricos se deliciam em mostrar suas fortunas. O melhor a fazer é deixar eles falarem! Se você quiser interagir com ele, seja curto e objetivo. Por exemplo, se ele falar que estava passando férias em Paris, você diz: "Ah, realmente Paris é linda! O senhor escolheu a época certa para ir. O clima está perfeito". Pronto! Você interagiu e provavelmente ele gostou!

Lição n°5 - Se você é do tipo que gosta de bater papo com cliente, só faça isso se o cliente te der abertura! Nunca forçe conversa com cliente que não te dá ideia (muito comum em hotéis 5 estrelas). Se ele é muito fechado, tente encontrar brechas para quebrar o gelo caso você ache realmente necessário. Normalmente falar da cidade de origem do cliente ou comentar sobre o prazer em tê-lo no hotel ajuda bastante a amolecê-lo. Se ele for grosso ou anti social, apenas seja eficiente! Ele não está lá para comprar simpatia e sim eficiência!

Lição n°6 - Se o hóspede começa a gritar com você, não se desespere ou mostre qualquer descontrole. Quanto mais nervoso você fica, mais o cliente "montará" em você. Lembre-se que ele está gritando não com você, mas sim com o hotel, e o nome do hotel está gravado na sua testa. Por isso, NUNCA leve reclamações, grosserias ou gritaria para o lado pessoal. Se surgir ofensas pessoais, chame seu gerente e deixe o caso para ele resolver. Responder o cliente vai deixar você numa situação complicada com a empresa e você perderá sua razão.

Lição n°7 - Procure não dizer frases gravadas ao cliente. Ele não vai acreditar em você ou ignorará! Coisas como "Seja muito bem vindo", "É um prazer" ou "Como é bom vê-lo" só devem ser ditas se realmente você está sentindo aquilo! Se essas frases saem de dentro de você com empolgação, veracidade e sentimento, o cliente vai gostar de você! Se você é obrigado a falar frases gravadas, seja o mais natural possível!

Lição n°8 - Procure deixar aquele cliente ciente que ele é especial. Mesmo se ele tiver um quarto razoável, por exemplo, tente encontrar alguma coisa que o torne grande, o máximo! Se o quarto for uma bosta (acontece), direcione seus comentários para as áreas sociais do hotel e o serviço qualificado. O cliente deve ter certeza que é especial para você.
Aí você diz: "É difícil fazer isso quando você atende centenas de clientes ao dia." É verdade! Mas um bom exercício é abrir uma competição com você mesmo - alcançar o maior número de elogios dos clientes. Esses elogios podem ser escritos ou verbais (para a gerência). Um elogio sobre seu trabalho para a gerência tem um peso e valor que você nem imagina. É impressionante!

Lição n°9 - Você deve fazer o possível para seus clientes saberem seu nome! Eles devem aprender que vocês não são uniformes ambulantes ou números. Vocês são especiais! Estão trabalhando em um hotel 5 estrelas, por isso devem ser valorizados. Vocês têm nomes! Apenas usar o tag, não adianta! Você deve se apresentar com seu nome e fazê-lo gravar da forma mais discreta e delicada possível. Isso é bom porque fideliza seu cliente, chama responsabilidade para você e mostra que você é um indivíduo e não apenas mais um serviçal.

Lição n°10 - Esta lição pode parecer pretenciosa, mas funciona! Se você tem certeza de sua competência e sabe exatamente o que está fazendo, pense da seguinte forma: O cliente que está na sua frente teve muita sorte de estar ali sendo servido por você. Ele foi o escolhido para ter o melhor serviço! Mantenha este raciocínio apenas para você. Caso contrário te acharão pretencioso e arrogante. Este é apenas um exercício para te tornar mais auto-confiante e seguro de si. E esta segurança refletirá permanentemente no seu trabalho e na maneira como o cliente te enxerga. Afinal de contas, como li há muito tempo num livro meio antigo, somos cavalheiros lidando com cavalheiros.

Filipe Eloy

sábado, 7 de agosto de 2010

E SE ACONTECER?


O que você faz quando algo de imprevisto acontece? Ri? Finge que nada aconteceu? Fica puto da vida? Sai correndo?
Acho que depende de onde você estiver, o que você está fazendo e com quem. No caso da foto acima, não havia nada melhor a fazer do que fingir que nada aconteceu e seguir o caminho. Foi o que fez Marcele Bittar ao ter seu seio a mostra em um desfile em São Paulo.
Para ser sincero, ninguém sabe muito bem como irá agir se algo que não estava previsto acontecer. Podemos fazer projeções mas na realidade nem mesmo você sabe do que é capaz em situações assim. Na dúvida, é melhor não pensar em nada e seguir seus instintos.

Foto: Globo.com

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

COMPILAÇÃO DE RETRATOS COTIDIANOS - PRIMEIRA PARTE


RETRATO COTIDIANO I - ODEIO QUANDO O PAPEL HIGIENICO ACABA NO MEIO DO PROCESSO. PORQUE É TÃO DIFICIL SOLTAR A PRIMEIRA FOLHA DO NOVO ROLO?

RETRATO COTIDIANO II - QUEM NUNCA TEVE VONTADE DE COMER SABONETE?

RETRATO COTIDIANO III - PORQUE TODO MUNDO TEM UMA TIA QUE RECLAMA DE TUDO NA VIDA?

RETRATO COTIDIANO IV - SEMPRE TEM CONFUSÃO EM ALMOÇO DE DOMINGO COM A FAMILIA REUNIDA. QUERIA PODER ESTAR LONGE NESSAS HORAS. O IDEAL SERIA SUBSTITUIR ALGUNS MEMBROS DA FAMILIA POR AMIGOS. SERIA PERFEITO ASSIM!

RETRATO COTIDIANO V - TER VONTADE DE IR AO BANHEIRO NO MEIO DA VIAGEM DE METRÔ. NÃO HÁ O QUE FAZER. APENAS TORCER PARA CHEGAR LOGO EM CASA.

RETRATO COTIDIANO VI - NUNCA FALE AO TELEFONE E COZINHE AO MESMO TEMPO. CORRE-SE O GRANDE RISCO DE JANTAR UMA GOROROBA!

RETRATO COTIDIANO VII - É MUITO BOM FICAR COM O DEDO PRETO DE LER O JORNAL DE DOMINGO.

RETRATO COTIDIANO VIII - TENTAR DORMIR COM UM MOSQUITO ZUNINDO NO SEU OUVIDO É COMPLICADO!

RETRATO COTIDIANO IX - OUVIR "EU PRECISO DIZER QUE TE AMO" ADMIRANDO O MAR DE IPANEMA É LINDO E NECESSÁRIO.

RETRATO COTIDIANO X - SAIR DE CASA SEM GUARDA CHUVA IMAGINANDO QUE NÃO VAI CHOVER. O PROBLEMA É QUE CHOVE SÓ POR CAUSA DISSO!

RETRATO COTIDIANO XI - É UMA BELEZA PASSAR PELO ATERRO DO FLAMENGO! MESMO QUE CHOVENDO!

RETRATO COTIDIANO XII - SIMPLESMENTE INCRÍVEL TOMAR UM CAFEZINHO NO FIM DE UMA TARDE CHUVOSA!

RETRATO COTIDIANO XIII - IR AO BANHEIRO APÓS A SAÍDA DE ALGUÉM QUE DEMOROU MUITO LÁ - AHHHHHHH HORROR!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

LOS HERMANOS


EM JULHO DE 2007, PELA DÉCIMA SÉTIMA VEZ, FUI A UM SHOW DOS LOS HERMANOS, AQUI NO RIO DE JANEIRO. SÓ QUE ESSE ERA ESPECIAL. ERA O ÚLTIMO SHOW DA BANDA, QUE ENTRARIA NUM RECESSO QUE DURA ATÉ HOJE.
HÁ POUCOS MINUTOS, ESTAVA ME DELICIANDO COM AS MÚSICAS DESTA BANDA QUE, COMO NENHUMA OUTRA, CONSEGUIU ME TOCAR E ME EMOCIONAR PROFUNDAMENTE COM SUAS LETRAS INTENSAS E BEM ELABORADAS, UMA MELODIA ENVOLVENTE E UM TALENTO QUE FOI SUCESSO DE CRÍTICA E PÚBLICO. OUVI-LOS ME TROUXE A MEMÓRIA UM MOMENTO BEM GOSTOSO DA MINHA VIDA, QUANDO FAZIA PARTE DO CONSELHO EDITORIAL JOVEM DA REVISTA MEGAZINE, DO JORNAL O GLOBO. SABENDO QUE EU ADMIRAVA MUITO OS HERMANOS, OS JORNALISTAS PEDIRAM PARA EU ESCREVER UM TEXTO SOBRE O ÚLTIMO SHOW DA BANDA. SEM PRETENSÃO ALGUMA, ENVIEI O TEXTO PARA A REDAÇÃO QUE ACABOU O PUBLICANDO NA ÍNTEGRA. FIQUEI BEM FELIZ!

AMO MUITO A MÚSICA DESTES CARAS! QUE SAUDADE! VOLTEM LOGO!

SEGUE ABAIXO O TEXTO QUE FOI PUBLICADO NO JORNAL O GLOBO:


"DESPEDIDA COM JEITO DE CULTO"
Por Filipe Eloy

Uma mistura de alegria e tristeza tomou conta da Lapa. Era essa a sensação do público, sempre fiel, que foi ao último show dos Los Hermanos antes do recesso. Pessoas de vários estados do país compareceram. Infelizmente era hora de dizer “Até logo”, ou seria “Adeus”? Ninguém sabe ao certo.

Tudo bem que o som da Fundição Progresso não é lá grande coisa, mas quem se importa? Era o palco do culto final. Digo culto, pois essa é a impressão que os shows dos Hermanos nos dá. As pessoas que vão aos shows cantam em uníssono todas as músicas, fazendo daquele espaço um templo de celebração, o templo da música boa e criativa. E quando o público percebe que talvez seja a última vez que cantam juntos aquela canção, a emoção triplica, a força da voz é mais intensa e uma magia invade o ambiente.

Era difícil pensar quais músicas eles poderiam cantar... Poderiam ser todas. Para os fãs deveriam ser todas, afinal de contas foram eles que lotaram todas as casas de shows do Rio de Janeiro quando a banda se apresentou.

Falando em apresentação, essa como sempre foi de poucas palavras e muita música. Depois de quase duas horas de show e dois retornos para o famoso Bis, onde musicas dos quatro discos foram cantadas com uma comoção sem igual, ficou uma sensação de vazio na platéia. Acabou!

“Porque eles não cantaram essa? E essa, por que eles não lembraram?” É claro que esses questionamentos surgiram. Contudo todos devem ficar satisfeitos, pois a banda passeou pelo inspirado Bloco do Eu Sozinho, pelo excelente Ventura, o quase experimental Quatro e até mesmo chegou a Ana Júlia e a sempre pedida Pierrô. Tinha para todos os gostos.

O fato é que perdemos, por tempo indeterminado, uma fonte de criatividade sem igual. Tão cedo teremos a sensação de ansiedade por um novo álbum ou o nervosismo pelo usual atraso de um show. Se como dito semanas atrás, o rock nacional está na UTI, agora , mais do que nunca, está à beira da morte.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

TE ESPERO, AMOR


Vem
Aperece assim, do nada na minha vida
que está monótona e sem graça.
Vem de mansinho e me surpreende com aquele cheiro
que eu tenho certeza que vai me conquistar.
Com a voz de vontade, doce, bruta, engraçada.

Conversa comigo
Flerta comigo e me convence
Me toca e me envolve com seu papo bobo,
com suas palavras difíceis para me impressionar.

Tenta me fazer ir contigo usando aquela sua cara de tolo
mas com entrelinhas de bicho, de quem vai me deixar louco.
Se eu compro a briga, vem fazer amor comigo,
me deixar desnorteado, amarrado, suado, sem reação.
Vem

Balança com minha vida, me deixa perdido
Me faz perder o juízo, o racionalismo.
Me faz ter dúvida, me critica, me diz a verdade.
Me faz capaz de me apaixonar, me aquece, me esquenta,
me cobre e me alivia.

Vem pra mim
O que está faltando?
Vem logo, estou esperando!
Vem me amar, vem me fazer amar
Me faz feliz
Me traz vida
Vem


Fliipe Eloy


Imagem: Rebecca Baldwin

CARTA DE DESPEDIDA - COPACABANA PALACE


Depois de mais de quatro anos trabalhando no Copacabana Palace, no dia 3 de abril deste ano que corre eu decidi deixar o lugar que, sem a menor dúvida, mudou minha vida e abriu uma rede de contatos e um horizonte profissional de valor incalculável para mim.

Saudades de todos.

Segue a carta que escrevi para todos os meus companheiros:

4 anos, 2 meses e 2 dias

Esse foi o tempo da minha vida dedicado ao Copa.
Foi estranho sair um dia de um lugar onde somente segurava um telefone e no outro estar carregando móveis, sofás, aspirando carpetes, limpando vidros e fazendo camas. Esse foi o meu começo aqui, e foram dois meses assim. Estar fazendo faculdade e ter de realizar este tipo de serviço pesado me fez quase desistir. Hoje, agradeço muito por ter passado por isso – me fez conhecer pessoas incríveis e me despertar uma consciência e uma humildade que eu não tinha dentro de mim. Depois de dois meses, me tornar supervisor me fez utilizar todo o conhecimento adquirido com aquela equipe nota dez da governança.
A partir daí...mesa da governança.......depois, um grande anjo da guarda me tirou do “back”e me pôs de frente! Me colocou de cara com o hóspede! Quanta mudança aconteceria por causa dele.
Antes do SPA abrir...bem... vamos rodar! Fui garçom de piscina, fiz treinamento em compras, lavanderia, e por fim guest service que, me despertou o amor pelo atendimento ao hóspede. Comecei a gostar de surpreender, de servir, de ultrapassar as expectativas sempre que possível. Aí o SPA abriu! Casa nova e a equipe mais unida da minha vida.....1 ano se passou.
Dois anos de hotel, um monte de amigos conquistados e uma carreira vai se formando.
Foi quando sem nunca pensar em ir, me chamaram para a recepção. Que desafio! Da recepção do SPA para a recepção principal do hotel! Aceitei porque achava importante ir para um palco maior. Um ano e meio a mais.....um ano e meio de puro aprendizado, de loucuras no balcão, de nervos a flor da pele, de atendimento aos melhores e piores hóspedes, de intensidade sem igual. Manhã, tarde, tarde especial e madrugada....esses eram os meus turnos na recepção. Acabei cansando!
Três anos e 10 meses de hotel, duas viagens de férias, muitos hóspedes no coração e amigos já para toda a vida.Decidi sair........Não, espera! Tem uma vaga de mordomo! Eu quero! Foi dar o melhor atendimento para os melhores hóspedes. Era como se um novo livro abrisse na minha frente, cheio de novas informações e cheio de questões complexas para responder.
4 anos, 2 meses e dois dias, 2 viagens de férias, hóspedes fiéis, amigos irmãos, 4 inspetores da Leading, um amor pelo hotel e.........estou saindo de cena. Estou deixando o Copa!
Seria injusto citar qualquer nome para agradecer e, esquecer um ou outro me traria um remorso enorme. Então, agradeço às camareiras, às supervisoras, assistentes, garçons gerentes, arrumadores, mensageiros, recepcionistas, concierges, vendedoras e, inclusive aos hóspedes; aos mais legais que me fizeram ultrapassar todas as expectativas e aos mais insuportáveis que me fizeram encontrar uma imparcialidade e uma paciência que eu não conhecia em mim.....Ou seja, a todos que me deram uma lição de hotelaria e uma lição de vida! Quantos amigos eu fiz aqui!
Vou sentir saudade de todos – se o destino quiser que eu volte, porque não aceitar?! Só que agora vejo a necessidade de voar, arriscar e viver algo diferente.

Deixo uma lição que aprendi: Só podemos oferecer um bom serviço se tivermos bons clientes. Só podemos dar um serviço 5 estrelas aos hóspedes que estiverem dispostos a receber tal serviço. Esses são os nossos verdadeiros hóspedes VIP’s, independente de tarifa, andar, apartamento ou cargo.



Do fundo do coração agradeço e desejo a todos muito sucesso e bom trabalho!!!

Um grande e forte abraço a todos os meus queridos do Copa!

Nos vemos pela vida!

Filipe Eloy das Virgens
Mordomo, Guest relations, Arrumador, Recepcionista, Supervisor, Controller.....

quinta-feira, 29 de julho de 2010

SIMPLESMENTE CLARICE


MINHA SEGUNDA MÃE:


O sonho

Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.

Clarice Lispector

quarta-feira, 28 de julho de 2010

IPANEMA


Não há nada melhor do que passear em Ipanema em dias ensolarados. Prefiro as formas quadradas do calçadão de Ipanema que as curvas de Copacabana. Convenhamos que a orla de Copacabana a noite é muito mais excitante que a orla de Ipanema. Mas é apenas um detalhe que está longe de mudar minha preferencia.

Ipanema tem um ar mais caseiro para mim. Chegar na Vieira Souto sentindo uma brisa do mar mais gostosa no rosto e ver o sol esquentando os coqueiros e os corpos bronzeados estirados na areia não me causam outra sensação que não seja prazer. É gostoso passear num domingo a tarde pela feira hippie ou numa terça-feira de manhã pela feira da General Osório. A hippie é internacional, repleta de estrangeiros de todas as partes misturados aos cariocas do pós praia. A segunda tem cheiro de fruta fresca, de verdura e de temperos, onde se concentram senhoras de idade e as empregadas das madames Zona Sul.

Bom também é poder dar uma olhada naquela banca antiga em frente a praça Nossa Senhora da Paz. Umas revistas de gerações antigas que me levam a conclusão de que o mundo não mudou tanto assim quando se trata de comportamento humano. É bom, inclusive, dar uma sentada nesta praça e respirar um pouco o ar das árvores e plantas planejadas para estarem ali. Também ver as babás brincando com o bebezinhos e crianças da vizinhança. Dá uma cara mais de bairro ao lugar.

Confesso que me incomoda o trânsito e a quantidade de ônibus que passa por Ipanema. Mas é só ir até o calçadão e dar uma olhada na paisagem que tudo fica bem. À esquerda a pedra do Arpoador, no meio as Ilhas, à direita Leblon e morro Dois Irmãos. É uma vista bem especial que traz uma atmosfera muito agradável ao negócio todo.

Praia de Ipanema. Tenho a impressão que é divida quase que naturalmente em zonas. Lá no início da orla, encostada na pedra do Arpoador, está a zona dos surfistas que, quase sempre sem suceso, procuram uma boa onda para deslizar. Na seqüência, ainda no Arpoador está o que, sem nenhum preconceito meu, chamam de farofada. A galera mais popular, que vem em grupos grandes e que costumam fazer bastante barulho na areia.

Já no posto 8, em frente a Farme de Amoedo está a zona gay. É fácil avistar as bandeiras coloridas de qualquer parte da orla. Lá estão homens que gostam de desfilar, flertar e fazer contatos. O mar em si é o menos importante para os gays que frequentam esta parte da areia. O que eles querem é socializar. Os fortões gostam de exibir seus corpos e novas tatuagens. Os gringos vão para encontrar brasileiros que gostam de gringos, que por sinal são muitos, pagando ou não. Posso arriscar dizer que os "melhores gays" não frequentam esta parte da praia. É muita confusão, muita gente estranha e muito clima de pegação. É melhor ficar um pouquinho depois da Farme, em frente a Vinícius. São apenas alguns metros que fazem toda a diferença.

Perto do Ceasar Park está o posto 9, famoso por inventar moda e ser o point da galera da Zona Sul. Este ponto, exatamente por sua fama, está um pouco saturado. É possível até ver garotas de programa atrás dos hóspedes ricos dos hotéis da orla. Está ficando muito confuso também. A galera que antes frequentava o posto 9 buscou no coqueirão um abrigo. Para ver cariocas tipicamente e naturalmente atraentes, o coqueirão é o lugar.

Claro que no fim das contas, tudo é praia. Todos os esteriótipos caem por terra. Está todo mundo junto. Todos com o mesmo sentimento, loucos por praia, loucos por Ipanema.

Os barzinhos, restaurantes e lojas de Ipanema são sempre caros, mas não tem como não dar uma passada. Livrarias é um caso a parte. É uma beleza sair da praia, de chinelo mesmo, e passar numa livraria para dar uma olhada nas novidades, tomar um café, ver lançamentos de CD's e DVD's.

Nos verões, o melhor é esperar o pôr do sol na praia. Ou se quiser algo mais poético, ir a pedra do Arpoador. Fechar uma tarde com uma imagem maravilhosa daquelas não tem preço, como diz o comercial.

É bom também simplesmente caminhar pelas ruas, mesmo que sem nenhum objetivo pré estabelecido. Passear por Ipanema é poder ver muita gente bonita, muita gente gostosa mesmo. É um cheiro de sedução, de bronze e de sensualidade muito grande. Tanto para homens que gostam de mulheres, quanto para homens que gostam de homens e mulheres que gostam de mulheres. É muito saudável flertar e conhecer gente interessante.

Isso tudo me traz cada vez mais a certeza de que não conseguiria ficar muito tempo longe dali. Eu preciso respirar aquele ar, preciso sentir aquela atmosfera sempre. Eu amo Ipanema.

terça-feira, 27 de julho de 2010

GAMBIARRA - 24 JUL 2010


Chegar para uma festa no Museu de Arte Moderna iluminado já me deixa bastante empolgado. Ir a uma festa que tem a música brasileira de todas as vertentes possíveis como carro chefe me estimula ainda mais.

Assim começou a festa Gambiarra que aconteceu na varanda do Vivo Rio no dia 24 de julho. O espaço já nos convida a uma festa no mínimo bonita visualmente. Devido a badalação da festa era impossível não ter fila para entrar. Entretanto a agilidade da equipe dos caixas e da galera agradável que direcionava quem tinha convite promocinal para uma fila menor, fez do sistema uma forma tranquila e sem confusão de entrar na festa.

Lá dentro? Um lugar limpo, organizado, com espaços arejados e confortáveis! A decoração era praticamente a de sempre, bem colorida e original. Era muito fácil e rápido comprar bilhetes para bebidas. Vários caixas enfileirados horizontalmente e com simpatia suficiente para deixar os clientes satisfeitos. Na hora de pegar bebida também foi definitivamente simples. Os caras do bar eram práticos e rápidos. Aliás, a quantidade de staff para servir a galera era impressionante. Ninguém esperava mais de 1 min para ter sua bebida na mão. E isso, sem dúvida é muito importante. Afinal de contas quem quer ficar no balcão do bar com tanta música boa na pista?

Então! A música! Tenho a sensação de que as músicas eram melhores e mais envolventes que da última vez. Claro que os clássicos de sempre tocaram. Mas senti algo diferente. Talvez a energia. Talvez o set do Paulo Gustavo. Talvez um pouco de tudo. Não tinha como ficar parado com tanta música gostosa e divertida de ouvir. Quem não dançava, ao menos balançava o pé. Ainda mais quando, como da última vez, o Pedro abriu a pista 2, que encheu rapidamente ao som de clássicos do rock, pop e outras nuances populares.

Embora tenha resistência aos banheiros químicos, que deixam o espaço onde estão localizados com um fedor horroroso de urina, isso de fato não atrapalhou a festa. E eu que pensava que o penúltimo Chá da Alice tinha sido a melhor festa, me enganei. Cada vez mais a Gambiarra ganha pontos. Pricipalmente pela estrutura e localização. Digo não ao Circo Voador e sim ao Vivo Rio.

Saí somente depois da última música que, como sempre, fechou em grande estilo infantil a Gambiarra. À luz do sol carioca que brilhava nos espelhos d'água do MAM, ainda deu tempo para comentar sobre a festa do lado de fora.
Feliz, extremamente satisfeito e com a alma leve, fui para casa. Dormi de manhã, mas dormi bem. Sonhei. Sonhei bastante.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

RIO'S VISION - PART II


Local: Pão de Açúcar
Vista: Corcovado
Momento: Pôr do sol
Clima: Verão
Temperatura: Maravilhosamente agradável
Testemunhas: Eu, um amigo e minha camera
Topografia da cidade em foto: Simplesmente perfeita.
Sentimento: Amor - Pela minha cidade.

Foto de Filipe Eloy - publicada no caderno jovem Megazine, do Jornal O Globo.


Location: Sugar Loaf
View: Corcovado
Moment: Sunset
Climate: Summer
Temperature: Wonderfully nice
Witness: My camera, my friend and I.
Topography of the city on photo: Simply perfect.
Feeling: Love - About my city.

Photo by Filipe Eloy - published in the news paper O Globo.

DOLOROSAS REFLEXÕES


Desde pequeno fui tentado a acreditar que minha vida na terra não era fundamental. Na escola era o que ninguém sabia o nome. Era apenas o que tirava as boas notas. Em casa era o chamado "bicho do mato", era tímido e o menos popular na familia. Por eles, também era tentado a acreditar que era o menos querido, por ser o que menos aparecia. Durante muitos anos tive que lutar para me fazer acreditar que poderia fazer a diferença.

Muitos fatos que ocorreram nos últimos anos me ajudaram a ganhar o que chamam de "auto confiança", termo que ainda é muito estraho para mim. Ainda tenho medo de usá-lo. Lutei muito comigo mesmo para provar que poderia provar algo para alguém. É confuso, sim. Mas nao há forma mais simples de explicar.

Tenho a impressão que, mesmo sentindo que estou ganhando essa parada, o mundo ou, de repente a sociedade, ainda tenta me convencer de que minha presença aqui é indiferente. Indiferente. Esta palavra eu conheço muito bem. É o que sempre tentam me convencer que sou. Meus amigos tentam ferozmente me tirar dessa. Mas com o Mundo Inteiro meus amigos não podem.

Hoje vivo em meio a crises. Altos e baixos. Acho que sou capaz, depois acho o contrario. Me acho estranho, depois me sinto em perfeita sintonia com o mundo. Acho que me vitimizo, depois acho diferente. Me acho um merda, depois tento acreditar que sou o melhor no que faço. Ultimamente tenho achado também que fico sentado reclamando do mundo e acabo não fazendo nada para mudar. Pode ser verdade também.

Quando será que vou ganhar esta guerra? Qual a solução? Quando o mundo vai se curvar diante de mim e reconhecer que talvez eu seja uma peça importante deste lugar?

segunda-feira, 19 de julho de 2010

PONTOS COTIDIANOS


No ponto de partida acordo com vontade de ver o sol.
Saio na rua para ver gente.
para sentir novos ares
Me sinto bem e refrescado.
O mar está lindo e o céu mais que limpo.
E o telefone sempre no bolso
esperando um toque especial.

No ponto de ascensão me encho de energia.
É o pico do sol, como está quente!
Ando com o corpo suado na praia
e sinto que me olham.
Me sinto quente, bonito e interessante.
A praia está menos que cheia, perfeita!
E no céu nenhuma nuvem, mergulho no mar.
O telefone ainda não sonou.
Mas a esperança cresce.

No ponto de cume me sinto perfeito.
Meu corpo fresco com o sol e a água.
O mate está uma delícia!
O público é admirável
e está interessado em se cruzar.
O telefone mudo ainda.
Mas não me importo, tem muita gente aqui.
Tenho opções, me sinto atraente.
Para que me importar com quem não está lá?

No ponto de declínio começo a esvaziar.
O corpo está cansado e a areia suja.
O mar fica mais frio e o sol se esconde nas nuvens.
Percebo que nem estavam me olhando tanto.
Na verdade ninguém me viu.
Estava invisível e iludido.
Resolvo sair, correr, fugir
antes que as coisas piorem.
O telefone não me chamar está me matando.
Me sinto ignorado.
Tem muita gente melhor do que eu.
Para que iriam me olhar?

No ponto mais fundo me sinto um merda.
Estou fora de forma, gordo, com braço fino.
O dia fica nublado, há uma tempestade de areia.
Estou sozinho, sem interações.
Sem ninguém que me perceba.
Porque olhariam para alguém tão desinteressante?
Desde de quando inteligencia tem músculo?
Tudo que é abstrato não atrai, não aproxima.
Me sinto agora burro também.
Chego em casa sujo e feio. A comida é requentada.
O chuveiro queimou. A temperatura cai.
Morro de frio.
O telefone não toca.
Estou ignorado por todos.
Resolvo tentando dormir. Tenho insônia.
Existe ponto mais baixo que o fundo?

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