Pesquise, descubra, enriqueça

segunda-feira, 19 de julho de 2010

PONTOS COTIDIANOS


No ponto de partida acordo com vontade de ver o sol.
Saio na rua para ver gente.
para sentir novos ares
Me sinto bem e refrescado.
O mar está lindo e o céu mais que limpo.
E o telefone sempre no bolso
esperando um toque especial.

No ponto de ascensão me encho de energia.
É o pico do sol, como está quente!
Ando com o corpo suado na praia
e sinto que me olham.
Me sinto quente, bonito e interessante.
A praia está menos que cheia, perfeita!
E no céu nenhuma nuvem, mergulho no mar.
O telefone ainda não sonou.
Mas a esperança cresce.

No ponto de cume me sinto perfeito.
Meu corpo fresco com o sol e a água.
O mate está uma delícia!
O público é admirável
e está interessado em se cruzar.
O telefone mudo ainda.
Mas não me importo, tem muita gente aqui.
Tenho opções, me sinto atraente.
Para que me importar com quem não está lá?

No ponto de declínio começo a esvaziar.
O corpo está cansado e a areia suja.
O mar fica mais frio e o sol se esconde nas nuvens.
Percebo que nem estavam me olhando tanto.
Na verdade ninguém me viu.
Estava invisível e iludido.
Resolvo sair, correr, fugir
antes que as coisas piorem.
O telefone não me chamar está me matando.
Me sinto ignorado.
Tem muita gente melhor do que eu.
Para que iriam me olhar?

No ponto mais fundo me sinto um merda.
Estou fora de forma, gordo, com braço fino.
O dia fica nublado, há uma tempestade de areia.
Estou sozinho, sem interações.
Sem ninguém que me perceba.
Porque olhariam para alguém tão desinteressante?
Desde de quando inteligencia tem músculo?
Tudo que é abstrato não atrai, não aproxima.
Me sinto agora burro também.
Chego em casa sujo e feio. A comida é requentada.
O chuveiro queimou. A temperatura cai.
Morro de frio.
O telefone não toca.
Estou ignorado por todos.
Resolvo tentando dormir. Tenho insônia.
Existe ponto mais baixo que o fundo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Free Blog Counter