Pesquise, descubra, enriqueça

domingo, 30 de maio de 2010

AQUELE LUGAR, ALI DO LADO.


Há um lugar ali perto, que antes era quase remoto. Há um lugar ali bem do lado que cosutmava ir com um amigo ou outro. De repente, com o tempo, este lugar bem a quatro ou cinco quarteirões começou a ficar conhecido e bastante badalado. Aquele lugar quieto e calmo rapidamente se tornou um verdadeiro lugar de pós praia, flerte e música alta. Não sabia se gostava dele antes ou depois da transformação. Claro que continuei frequentando, afinal de contas era bem perto e é sempre bom ver quem passa por ali. Mesmo caminhando sozinho, ali na porta, tinha vontade de entrar, conhecer pessoas e socializar. Todo mundo vai, tudo mundo passa por lá, todo mundo conhece, todo mundo....Pois é, esse "todo mundo" trouxe pessoas esquisitas e com interesses esquisitos. Ontem, decidi ir com um amigo e simplesmente não consegui ficar mais do que três minutos nesse lugar que tanto gostava. Era muita gente, muito flerte, muita confusão, muita gente querendo aparecer, muita gente querendo se mostrar para outros....Era algo nada natural, totalmente artificial e estranho, assim como todos os lugares têm se tornado. Assim tem sido. Os lugares que mais gostamos, depois que ficam muito populares tedem a ficar confusos e tedem a perder a essência. Me surpreendi com o fato de me sentir desconfortável e até com um pouco de nojo de um lugar que tanto me interessava.
Porque fiquei incomodado? Por causa do meu lugar adorado estar daquele jeito confuso ou por causa daquelas pessoas todas juntas? Fico pensando se estou começando a me sufocar com essas pessoas. Será que estou mudando? Talvez se fosse há algum tempo eu adoraria estar lá. Acho que estou mudando de conceitos sobre algumas coisas. Não quero ser daquele jeito. Quero ser diferente. Acho que já sou diferente.

sábado, 22 de maio de 2010

A DOR QUE COMPRIMIDO NÃO CURA

Não consigo entender porque gosto de sofrer. Quem falou que dor é bom?
Ninguém em sã consciencia diz que é bom sofrer. Eu mesmo digo que não é bom!
Então porque eu faço tudo ao contrário? Porque eu crio as situações que me fazem ficar mal? Porque eu sempre mudo o caminho e desvio para sacrifícios sem sentido? Porque em quase todas as vezes a culpa de eu estar sofrendo é minha? Sofro como todos...com a morte, com a perda, com o fracasso e com a doença. Mas sofro mais que o normal. Existe sofrer mais ou menos que o normal? O que é normal? Sofrimento tem medição? Sofro do nada, me machuco por dentro, me maltrato a mente, alimento as minhas próprias psicoses, valorizo os meus maiores complexos e me coloco para baixo de todas as formas que se possa imaginar. A impressão que tenho é que me testo para ver até onde eu aguento. Isso é normal? Já perguntei o que é normal né? Não sei o que é. Porque tenho mania de perguntar várias vezes o que é normal já sabendo que não sei o que é? Porque faço tantas perguntas quando estou sofrendo? Não sei! Aliás, tenho na minha cabeça que não sei de nada. E isso me mata! Não saber como lidar com certas situações, certos momentos, com sofrimentos, com amor, com a família e comigo mesmo, me deixa agoniado. No palco da vida, porque acho que tudo que acontece fora de mim é um grande teatro, pareço uma pessoa consciente, regular, seguro e auto confiante. Nas cochias sofro de cair no chão, aguento tudo sozinho e engulo tudo para a platéia não perceber. Minha auto confiança é falsa, e assim está dito! Isso mesmo! É tudo fachada! Sou inseguro, triste, mazoquista e melancólico.
Fujo de estabilidade, fujo do amor, fujo do linear, fujo muito!
Porquê sofrer de solidão, de amor, de tristeza e melancolia não tem remédio em comprimido? Sem dúvida, esse é o tipo de sofrimento que mais dói. Sempre me pergunto porque dói tanto. É como se tivesse um buraco se abrindo dentro de você. Dói o peito, o corpo fica fraco, a respiração ofegante, a cabeça fica fraca e não dá muita vontade de continuar vivendo. Que louco!
O tempo vai caminhar, a tempestade abrandar, o sol começar a dar sua luz, as flores começarem a nascer, a mente se abrir e tudo vai passar. Ao menos por um momento. E quando eu, inconscientemente, quiser sofrer de novo e mais forte, todas as perguntas vão voltar e vai começar tudo de novo.
Dizem que há de haver o sofrimento para se valorizar a vida. Acho que gosto da tempestade porque gosto de ver o sol nascer de novo, sempre.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

COMO UM VINHO



Sou da safra de 1986. Fui produzido em uma cidade, na época, pacata porém não muito longe da cidade grande. Desde o meu início, nunca fui de liberar meus aromas ou mostrar alguma consistência. Eu me sentia assim - só isso pode explicar o fato de estar sempre escondido no fundo da adega. Os anos foram passando e minha garrafa cada vez mais empoeirada. As safras foram sendo produzidas ao longo do tempo e mInha garrafa cada vez mais esquecida.
Em 2001, começei a sentir algo dentro de mim. Digamos que sentia um potencial que eu projetava como substancial. Em 2002, uma mudança súbita em minha química, talvez por estar tanto tempo esquecido no fundo da prateleira, alterou meus aromas e certamente influenciou, para melhor, a minha qualidade. Em 2004, fui transferido para ala dos vinhos adultos. De certa forma, sentia um amadurecimento. Entretanto, ainda me mantiveram meio esquecido. Nos cinco anos que se passaram sofri transformações brutas. Saí da adega onde sempre fiquei e fui transferido para uma maior, onde tinham milhares de iguais a mim. Não sei exatamente se é algo bom ou ruim estar com tantos parecidos com você ao seu redor. Só sei que no meio do caminho sofri quedas fortes das quais quase quebrei, fui tocado, desejado, quase conquistei alguns apreciadores. Porém, sempre me devolviam para a prateleira. É difícil essa vida. Você nunca sabe quando será a sua hora. É uma surpresa.
Agora, em 2010, sinto que estou perto de chegar ao meu ápice de amadurecimento, onde posso oferecer os aromas mais sofisticados, as sensações mais deliciosas e o gosto mais saboroso. Me sinto no topo da lista. Me sinto bem. Me sinto um dos melhores de minha safra.
Todavia, ainda estou empoeirado na prateleria. Quando será a hora que me encontrarão? Nesta situação corro um risco. Posso ser encontrado no meu alto nível de qualidade e ser feliz como também posso ficar para sempre esquecido no fundo da adega. E ainda pior, como qualquer safra, sofrer o meu declínio, ser encontrado tarde demais e depois ser jogado fora.
Como ainda estou na minha escalada rumo ao meu total sucesso, ainda tenho a esperança de ser, talvez por acaso, descoberto.

domingo, 16 de maio de 2010

Um fim de tarde, uma cidade e o cheiro de sexo.


O Rio de Janeiro cheira a sexo. Começa-se assim.
Se pensa, se fala, se vê, se bebe, se cheira sexo.
Ao caminhar na praia de Ipanema não há como evitar os olhares aos corpos esculturais caminhado, relaxando, jogando, pedalando e desfilando. Aliás, a impressão é de um desfile, as vezes intencional, às vezes não. Tampouco há como evitar o aumento do alibido, do tesão, da vontade de tocar, de ter e de sentir.
Ao caminhar com os amigos e amigas pelo mesmo calçadão é improvável que este assunto não esteja na pauta do papo. Ele sai de nossas bocas...palavras nervosas, afoitas, quentes...A empolgação seguida de suspiros e zunidos imcompreencíveis, na tentativa de mostrar qual foi a sensação de ver ou ter feito algo.
Ainda com o mesmo cenário ao fundo, independente de qual posto ou "parte da areia", se pode contemplar ou invejar, ou melhor, E invejar as duplas apaixonadas se beijando, tornando público gestos de amor, ou só mesmo de tesão. Em uma praça de uma cidade qualquer seria apenas carinho. Aqui não! Corpos colados, quase nus, se tocando, trocando suor e molhados de mar despertam aos que estão ao redor um único sentimento: tesão! Assim é o Rio de Janeiro!
Nos bares, melhor dizendo, barzinhos, amigas e amigos sentados, tomando um chop, trocando idéias e experiencias com a brisazinha do mar ao rosto, se vêem influenciados a flertar, piscar, falar, sorrir ou apenas imaginar.
Até as casas de sucos são pontos de encontros de pessoas que não vão apenas tomar um suco. Socializar, querer ver, querer conhecer, querer ter.
Corpos malhados passeando com seus cachorros malhados, intelectuais de bermuda e chinelo tomando um café na livraria, engravatados loucos para se livrarem das roupas e ficarem quase nus para jogarem suas peladas na praia, ou para trocar figurinhas em um dos templos embelezadores de corpos da cidade, vulgarmente chamados de academias...Tudo nos leva a crer que esta cidade é sim, por natureza humana, SEXY!
Uma visão de um fim de tarde em Ipanema mas, ainda assim um retrato vivo do que este lugar nos desperta.
O Rio de Janeiro cheira a sexo. Termina-se assim.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

INSÔNIA

A noite chega e penso em mais um desafio que enfrentarei.
Tudo começa muito tranquilo. O jantar, o descanso, a TV, o computador.
O meu termômetro é o prédio vizinho. Enquanto todas as luzes estão acesas, me sinto uma pessoa normal.
Após o último noticiário do dia na TV, os ciclos começam a se repetir: geladeira, descanso, TV, computador, geladeira, descanso, TV, computador. E as horas vão se passando. Perco a conta de quantos cigarros são fumados em uma noite como esta. As luzes do meu termômetro começam a apagar. Na verdade, já começaram a apagar após a novela. Quanto mais elas se apagam, mais agoniado eu fico. Porque não apago a minha? Porque sou o único ponto aceso no prédio?
Mais doses de geladeira, descanso, TV, computador e cigarros. O olho simplesmente não fecha.
O programa de entrevistas da madrugada já se foi e continuo acordado. Já não há quase luz no prédio vizinho. Ao menos não me sinto sozinho......E de repente......não há mais luz! O prédio já está todo apagado! A cidade dormiu! E eu acordado!
A geladeira, a TV e o computador saem do circuito. O que sobra é apenas a vontade de me entregar ao sono. Ele não vem! Deitado na cama, não resta mais nada a fazer, olhando para o teto, ainda tentando. Quando ainda se tem, mesmo que pouco, um fiapo de esperança .......Olho a janela e o dia começa a clarear! O sol está vindo! A cidade está acordando! Que desespero! E eu ainda nem dormi! A ruas buzinam, as crianças acordam, as obras se iniciam....E finalmente, já com os olhos fundos, sem nenhuma esperança, um trapo, um moribundo, eu me entrego ao cansaço. A cidade vive, desperta, reluz. Eu morro, durmo, apago.

terça-feira, 11 de maio de 2010

O título!

Agora, no auge dos meus 24 anos não tem como saber se é bom ou ruim todo esse exagero.
Há quem diga que torna a vida mais emocionante. Porém há quem diga também que pode machucar muito mais.
Tudo para mim é muito. Mesmo! Sinto como se minha vida fosse um eterno melodrama. Na hora de sofrer, sofro mais, sofrimento mais sofrido, a fossa, o fim dos tempos.
Na hora das alegrias...Meu Deus! É muita felicidade! Uma explosão de boas energias!
E o ciúme? De tudo! Das coisas, dos amigos, dos amores, da familia.
E a paixão? De todos! De um qualquer, de um já não tão qualquer, das figuras repetidas do álgum, de quem nem eu conheço.
E o amor? Seria capaz de morrer por ele - embora ainda nem o conheça!
É tanto de tudo, que não posso segurar por muito tempo...transborda...preciso colocar para fora!
Quem estiver na frente que se segure e se proteja ou se abra, talvez! Pode vir uma enxurrada de amor como também de raiva. E agora? Faz bem a saúde? Não seria melhor tornar as coisas mais brandas, segurar a onda? Mas aí não seria viver intensamente! Então não quero!
Quero sofrer mais, ter mais ciúmes, me apaixonar mais, amar mais que todos! Quero explodir!

Free Blog Counter