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quinta-feira, 13 de maio de 2010

INSÔNIA

A noite chega e penso em mais um desafio que enfrentarei.
Tudo começa muito tranquilo. O jantar, o descanso, a TV, o computador.
O meu termômetro é o prédio vizinho. Enquanto todas as luzes estão acesas, me sinto uma pessoa normal.
Após o último noticiário do dia na TV, os ciclos começam a se repetir: geladeira, descanso, TV, computador, geladeira, descanso, TV, computador. E as horas vão se passando. Perco a conta de quantos cigarros são fumados em uma noite como esta. As luzes do meu termômetro começam a apagar. Na verdade, já começaram a apagar após a novela. Quanto mais elas se apagam, mais agoniado eu fico. Porque não apago a minha? Porque sou o único ponto aceso no prédio?
Mais doses de geladeira, descanso, TV, computador e cigarros. O olho simplesmente não fecha.
O programa de entrevistas da madrugada já se foi e continuo acordado. Já não há quase luz no prédio vizinho. Ao menos não me sinto sozinho......E de repente......não há mais luz! O prédio já está todo apagado! A cidade dormiu! E eu acordado!
A geladeira, a TV e o computador saem do circuito. O que sobra é apenas a vontade de me entregar ao sono. Ele não vem! Deitado na cama, não resta mais nada a fazer, olhando para o teto, ainda tentando. Quando ainda se tem, mesmo que pouco, um fiapo de esperança .......Olho a janela e o dia começa a clarear! O sol está vindo! A cidade está acordando! Que desespero! E eu ainda nem dormi! A ruas buzinam, as crianças acordam, as obras se iniciam....E finalmente, já com os olhos fundos, sem nenhuma esperança, um trapo, um moribundo, eu me entrego ao cansaço. A cidade vive, desperta, reluz. Eu morro, durmo, apago.

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