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terça-feira, 3 de agosto de 2010
LOS HERMANOS
EM JULHO DE 2007, PELA DÉCIMA SÉTIMA VEZ, FUI A UM SHOW DOS LOS HERMANOS, AQUI NO RIO DE JANEIRO. SÓ QUE ESSE ERA ESPECIAL. ERA O ÚLTIMO SHOW DA BANDA, QUE ENTRARIA NUM RECESSO QUE DURA ATÉ HOJE.
HÁ POUCOS MINUTOS, ESTAVA ME DELICIANDO COM AS MÚSICAS DESTA BANDA QUE, COMO NENHUMA OUTRA, CONSEGUIU ME TOCAR E ME EMOCIONAR PROFUNDAMENTE COM SUAS LETRAS INTENSAS E BEM ELABORADAS, UMA MELODIA ENVOLVENTE E UM TALENTO QUE FOI SUCESSO DE CRÍTICA E PÚBLICO. OUVI-LOS ME TROUXE A MEMÓRIA UM MOMENTO BEM GOSTOSO DA MINHA VIDA, QUANDO FAZIA PARTE DO CONSELHO EDITORIAL JOVEM DA REVISTA MEGAZINE, DO JORNAL O GLOBO. SABENDO QUE EU ADMIRAVA MUITO OS HERMANOS, OS JORNALISTAS PEDIRAM PARA EU ESCREVER UM TEXTO SOBRE O ÚLTIMO SHOW DA BANDA. SEM PRETENSÃO ALGUMA, ENVIEI O TEXTO PARA A REDAÇÃO QUE ACABOU O PUBLICANDO NA ÍNTEGRA. FIQUEI BEM FELIZ!
AMO MUITO A MÚSICA DESTES CARAS! QUE SAUDADE! VOLTEM LOGO!
SEGUE ABAIXO O TEXTO QUE FOI PUBLICADO NO JORNAL O GLOBO:
"DESPEDIDA COM JEITO DE CULTO"
Por Filipe Eloy
Uma mistura de alegria e tristeza tomou conta da Lapa. Era essa a sensação do público, sempre fiel, que foi ao último show dos Los Hermanos antes do recesso. Pessoas de vários estados do país compareceram. Infelizmente era hora de dizer “Até logo”, ou seria “Adeus”? Ninguém sabe ao certo.
Tudo bem que o som da Fundição Progresso não é lá grande coisa, mas quem se importa? Era o palco do culto final. Digo culto, pois essa é a impressão que os shows dos Hermanos nos dá. As pessoas que vão aos shows cantam em uníssono todas as músicas, fazendo daquele espaço um templo de celebração, o templo da música boa e criativa. E quando o público percebe que talvez seja a última vez que cantam juntos aquela canção, a emoção triplica, a força da voz é mais intensa e uma magia invade o ambiente.
Era difícil pensar quais músicas eles poderiam cantar... Poderiam ser todas. Para os fãs deveriam ser todas, afinal de contas foram eles que lotaram todas as casas de shows do Rio de Janeiro quando a banda se apresentou.
Falando em apresentação, essa como sempre foi de poucas palavras e muita música. Depois de quase duas horas de show e dois retornos para o famoso Bis, onde musicas dos quatro discos foram cantadas com uma comoção sem igual, ficou uma sensação de vazio na platéia. Acabou!
“Porque eles não cantaram essa? E essa, por que eles não lembraram?” É claro que esses questionamentos surgiram. Contudo todos devem ficar satisfeitos, pois a banda passeou pelo inspirado Bloco do Eu Sozinho, pelo excelente Ventura, o quase experimental Quatro e até mesmo chegou a Ana Júlia e a sempre pedida Pierrô. Tinha para todos os gostos.
O fato é que perdemos, por tempo indeterminado, uma fonte de criatividade sem igual. Tão cedo teremos a sensação de ansiedade por um novo álbum ou o nervosismo pelo usual atraso de um show. Se como dito semanas atrás, o rock nacional está na UTI, agora , mais do que nunca, está à beira da morte.
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Gostei do seu texto, Filipe... Logo se vê pelo seu texto o carinho e consideração que tem pela banda, por sua criação artística. Também sinto isso, cara. Aliás, gosto tanto que estou construindo um blog com análise e interpretação das canções dos caras. Gostaria muito que vc. passasse por lá e comentasse...
ResponderExcluirhttp://decifrandoloshermanos.blogspot.com/
Se Los Hermanos faz parte de nosso culto à Arte, acho que comungamos do mesmo pão.
Abraço!
Amorim