Rio de Janeiro e São Paulo são as duas maiores cidades do Brasil, duas grandes metrópoles de importância suma para a economia do país. Ou seja, muito dinheiro circula entre essas cidades. Logo, muitos negócios. Logo, muitos executivos. E para tornar possível essa circulação, as grandes companhias aéreas oferecem voos de 30 em 30 minutos, praticamente todos os dias da semana (sábados e domingos o fluxo fica menor, é claro) para todos esses homens e mulheres de negócios.
Ponte Aérea é outra história, é outra aviação! É diferente de todos os outros voos que giram este país. As passagens são as mais caras, o público, em grande parte masculino, busca pontualidade e eficiência. De segunda a sexta, é aquele fluxo diário de engravatados que fazem desta ponte imaginária uma mina de ouro.
Eu sou um adorador da ponte aérea! É o voo mais tranquilo e gostoso de fazer! É rápido, curto, bem como seus passageiros esperam. Eu sou da ponte. Gosto de trabalhar para passageiros que voam com frequência, para aqueles que sabem exatamente o que fazer quando entram no avião, para aqueles que usam o avião como um meio de transporte, não como restaurante. Gosto de voar para passageiros que me chamam pelo nome, ou com um "por favor" ou "com licença".
Por ser frequentada por muitos executivos, atores globais, políticos e afins, a ponte aérea é o voo mais visado da empresa. Você acaba sendo bastante observado. E isso realmente não me incomoda. Para alguns amigos da empresa fazer esse voo é um pesadelo, um martírio. Para mim é um prazer. É sempre bom pousar no Santos Dumont, fazer voos rápidos, pontuais e de pessoas educadas e na boa parte das vezes elegantes.
Mas não existe o voo perfeito. Em duas situações a ponte aérea pode ficar bem amarga. A primeira é: eles nunca desligam o celular! Verdade! Mesmo voando várias vezes por semana eles cismam em usar seus celulares e laptops quando já pedimos duas ou tres vezes para desligar. Eles nunca querem desligar. Eles têm uma enorme dependência em seus celulares. E ter que pedir para eles desligarem várias vezes pode irritar.
Segunda situação: Não bata muito de frente com os passageiros. Tente contornar a situação e achar uma forma de resolver o impasse sem que nenhum dos lados saia por baixo, nem você, nem ele. Os passageiros da ponte aérea conhecem todos os canais para reclamarem de você na direção. rsrs Então trabalhe como a empresa espera, faça o que está escrito e nunca bata de frente com eles.
O mais legal da ponte aérea é, na minha opinião, poder jogar um verniz no meu atendimento e ser reconhecido por isso. Eles percebem quando você trabalha bem. E essa percepção
faz sentir-me empolgado e com cada vez mais vontade de chegar a perfeição no atendimento. É possível e muito prazeroso.